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Halloween Kills (2021)

  • mindinmaia
  • 31 de out. de 2021
  • 5 min de leitura

Atualizado: 28 de jun. de 2022

O subgênero Slasher, tão aclamado pelos fãs do terror, teve suas raízes no início dos anos 70, com a explosão de O Massacre da Serra Elétrica (1974), de Tobe Hooper. Alguns ainda podem explicitar o surgimento de tal vertente anos antes, com Psicose (1960), mas, o que realmente se sabe, é que tivemos com Halloween (1978), de John Carpenter, todo o potencial de inspiração para inúmeras produções, no mundo todo.



Obtendo sucesso absoluto de crítica e destaque em seu ano de lançamento, não demorou para Halloween ganhar sequências. Sua primeira, em 1981, continua a noite do dia das bruxas de ’78, trazendo novos elementos, bons e ruins, na direção de Rick Rosenthal. Inúmeras sequencias foram feitas, algumas ruins, outras péssimas. E, assim, chegamos a 1998 e, com ele, a promessa do fim da franquia com Halloween H20: 20 Anos Depois, de Steve Miner. Acabou? Não. Rosenthal volta com Halloween: Ressurreição (2002), inserindo a franquia nos padrões do terror slasher da época. Em 2007, Rob Zombie assume a direção de um remake do filme de 1978, com uma continuação, dois anos depois.

Em 2018, David Gordon Green e Danny McBride retomam a franquia, 40 anos depois do original. O longa que ignora tudo que foi feito após o filme de Carpenter, seria uma continuação dos eventos daquela noite macabra em Haddonfield. Com Distribuição da Universal (fora desde Halloween 3) e produção da Blumhouse, a dupla conseguiu méritos importantíssimos, como o reconhecimento positivo da crítica como o melhor filme da franquia, desde o original. Com todo o sucesso, a dupla, que planejava um segundo (e último) filme, anunciou que faria um outro. Assim, surgia Halloween Kills e Halloween Ends. Mas então, leitor, por que Kills é tão ruim?



Como dito anteriormente, Gordon Green afirmou com todas as letras que iria esquecer de tudo que fora criado após o clássico de 1978, estabelecendo um hiato de 40 anos entre os filmes. Isto foi totalmente cumprido em seu longa de 2018, num equilíbrio entre nostalgia, homenagens e, sim, cópias descaradas de takes originais. Ainda assim, entregou um trabalho autoral com um final bastante animador. As ideias para o filme que fecharia a noite de halloween em 2018 já estavam desenhadas, quando um filme de transição entrou em cena.

Halloween Kills inicia justamente com passagens que sugerem Halloween 2 como inspiração, com corte para a abertura clássica. Daí, já começam as contradições do diretor e roteirista, que não param por aí. Já nos dias atuais, Laurie (Jamie Lee Curtis), sua filha Karen (Judy Greer) e sua neta Alysson (Andi Matichak) são levadas de ambulância ao hospital enquanto bombeiros apagam as chamas da casa da protagonista, com Myers dentro. Tendo sobrevivido ao incêndio (graças ao roteiro), nosso assassino esquarteja todos os bombeiros e segue ao centro de Haddonfield em busca de ... não se sabe ... mortes? Pois bem, eis o grande problema do roteiro: foco. Michael (mais uma vez) sai do nada para lugar algum, matando todos que aparecem em seu caminho que, diga-se de passagem, é bem lento e desnorteado do que uma barata voando. Não se sabe ao certo o que ele procura: Laurie? Antiga casa? Assassinar sobreviventes? Pois bem, esta última sugestão foi a melhor cartada do roteiro para “encher linguiça” no filme. Gordon Green evoca personagens não só do clássico de 1978, mas de outros filmes para que Myers termine seu “trabalho” que, enquanto em andamento, acompanhamos outro arco completamente bagunçado pelo roteiro.

Num bar, ao saber das mortes atribuídas a Myers, um grupo de “vingadores” decide passar por cima das autoridades policiais da pacata cidade (Rua Maple?) e promover uma verdadeira algazarra, gritando frases de efeito, recrutando pessoas e promovendo uma caçada ao serial killer, fazendo Rod Serling se debater em seu túmulo. O líder da manada é Tommy Doyle (Anthony Michael Hall), personagem que a Laurie cuidou em 1978, mais um evocado pelo roteiro peneira. Mas e a nossa Final Girl? Pois bem, Laurie, que havia passado por uma cirurgia após ter sido esfaqueada por Myers no filme anterior, passa todo o filme no hospital. Sim, você está lendo isso mesmo, mais uma referência do Halloween de 1981.

Algumas cenas de Kills sequer fazem sentido, como uma perseguição a um indivíduo que julgam ser o serial killer, com desfecho e comentários de fazer rir de tão ridículos. Outro ponto que o roteiro ignora é a lógica: personagens ignoram totalmente telefones celulares, avisos nos noticiários, portas abertas etc. A blindagem que Michael tem do roteiro beira o inaceitável, vai desde tiros de arma de fogo inúteis às facadas intransponíveis. Ser morto pelo mascarado é um exercício de extrema preguiça, pois o mesmo tem 61 anos, nunca fez musculação, executa seu hobbie andando bem devagar e não usa armas de longo alcance, o que torna as pernas de uma pessoa a maior arma contra o mascarado.

Outro erro recorrente é tentar explicar a origem do mal do personagem. Em outras obras, de tudo já foi atribuído ao personagem, sobretudo Abuso, bullying e envolvimento em cultos pagãos. Aqui não se tem um total mergulho na busca por respostas, porém, o que é visto no ato final é simplesmente deplorável e mal executado, com direito ao recurso Zoom in da pior forma possível. Slashers e splatters famosos, como Jason Vooheers, da franquia Sexta-feira 13, são extremamente cultuados em seu meio pela sua trajetória que, apesar dos altos e baixos, soube reconhecer e se entregar aos misticismos e ao sobrenatural, sem perder a essência do que trouxe tanto sucesso: sangue espirrando para todo lado, o famoso gore.

Sim, Halloween Kills é o capítulo mais sanguento de todos os filmes da franquia, mas quando o gore entra em dissonância com a maior parte do roteiro, as mortes se tornam mais do mesmo, assim como a lógica de cada sequência, entoando a necessidade de inovação, como a vista no filme anterior. Cada decisão tomada aqui acarreta em mortes esquecíveis, com exceção de duas ou três, com direito a referências ao supracitado Psicose.



Isso não quer dizer que a direção não presta. O que existe aqui é uma tentativa de homenagear o clássico de Carpenter, ignorando sequências e criando identidade própria e, em parte, é cumprido. Porém, é notável a falta de ideias para a execução do miolo do filme, tornando-o pobre e amador. Sim, amador. Neste ano, tivemos sequências de qualidade superior, fazendo jus ao material original e, claro, sem deixar de ser original e, por que não, inovador? É o caso de Maligno e A lenda de Candyman.

Halloween Kills é a prova “viva” que a trilogia, recém-nascida, já precisa de um final. Mas, será que em 2022 teremos um fim ou a franquia é como Myers: não morre. Por enquanto, o mal não morreu nesta noite.

★★☆☆☆ 2/5

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