Crítica de Homem-Aranha: Através do Aranhaverso
- mindinmaia
- 12 de fev. de 2024
- 2 min de leitura
Após o êxito e a aclamação do filme anterior, Homem-Aranha: Através do Aranhaverso se propõe a ser maior e mais ambicioso que seu antecessor, porém, peca pelo exagero visual, que por vezes prejudica seus diálogos e cenas incríveis.
Sob a direção de Joaquim Dos Santos, Kemp Powers e Justin K. Thompson, com roteiro de Phil Lord de "The Lego Movie", a animação se revela ainda mais dinâmica, habilmente equilibrando ação e drama, proporcionando uma jornada através do multiverso, cada realidade distinta e vibrante.
Mantendo o estilo visual do primeiro filme, a nova obra apresenta uma estrutura ainda mais complexa, onde cada quadro explode em cores, os cortes são propositais e cada composição contribui para o desenvolvimento dos personagens. No entanto, em alguns momentos, o excesso de informações visuais pode causar desconforto para olhos mais sensíveis. A trilha sonora, uma mistura de pop e orquestra sintética, complementa de maneira eficaz a frenesi gráfica na tela. A sequência de ação inicial se destaca como uma das cenas mais bem elaboradas e frenéticas de qualquer filme de super-herói.
Através do Aranhaverso aprofunda as pressões familiares sobre Gwen e Miles, explorando novos territórios e evitando repetir fórmulas antigas. A revelação no segundo ato dos "eventos canônicos" como momentos cruciais no mito do Homem-Aranha que não podem ser alterados, como a morte do Tio Ben, adiciona uma camada de complexidade à trama. Enquanto o Mancha é inicialmente apresentado como o grande vilão, uma reviravolta entre os mundos paralelos revela o verdadeiro antagonista, destacando as motivações emocionais e morais reais dos heróis.
O filme, no entanto, deixa a desejar em suas conclusões narrativas e temáticas. Com quase duas horas e meia, poderia ter contado sua história de forma mais concisa, mas o ritmo parece ser estendido para justificar a estrutura em duas partes. Embora haja trama e ideias intrigantes, a obra não consegue se sustentar como uma história independente. O desfecho chega justamente quando a narrativa atinge um clímax, deixando pontas soltas que, embora possam ser retomadas em futuras obras, comprometem a integridade temática.
Apesar disso, Através do Universo-Aranha entrega uma narrativa emocionalmente rica, repleta de cor, vida e drama, tornando-se uma obra imperdível para qualquer fã de super-heróis.
★★★★☆ 4/5
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