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Crítica de Godzilla: Minus One

  • mindinmaia
  • 4 de fev. de 2024
  • 3 min de leitura

Com seu legado iniciado em 1954, Godzilla (Gojira) causou enorme impacto na indústria cinematográfica, não só pela forma como foi produzido, mas, por todo o contexto histórico por trás do lagarto radioativo. Em cheque, ficou o trauma e os sucessivos erros cometidos pelo governo japonês no pós-guerra. Quase setenta anos depois, o alicerce continua forte, afinal, dezenas de filmes já compõem seu legado e, diferente de muitos deles, Minus One é o mais próximo do clássico.


O mais novo filme do kaiju faz o que poucos fizeram: unir as duas metades dos fãs. De um lado, os que não se importam com roteiro e prezam pela estética e pela destruição desenfreada. Do outro, os que preferem um equilíbrio entre visual e uma boa história. Minus One não só brilha neste aspecto. A direção de Takashi Yamazaki, unida ao primor e dedicação de sua equipe, consegue fazer simplesmente o melhor filme do mostro.


Tomado pelos horrores da guerra, Shikishima (Ryunosuke Kamiki), um piloto kamikaze que desistiu do combate, se vê numa situação extremamente difícil ao voltar para sua terra, arrasada pelos bombardeiros. Lá, precisa lidar com a nova realidade e, principalmente, com sua saúde mental, ao desenvolver a “culpa do sobrevivente”. Ao conhecer Noriko (Minami Hamabe), uma desabrigada que carregava consigo uma bebê, acabam formando uma inusitada parceria.



A forma como a direção trata seus personagens, sobretudo os protagonistas, é de um primor ímpar. Desenvolve, com calma todos os medos e traumas deles, que pode ser elevado a toda nação japonesa. O sentimento de culpa carregado por Shikishima, de não ter morrido pelo seu país, é constantemente a fonte das dúvidas e das ações tomadas por ele ao longo da trama. Aos poucos, a rotina vai trazendo um ar de normalidade em sua vida e, muito se deve ao temperamento materno de Noriko, seu contraponto. Tudo muda quando um monstro gigante emerge do oceano, destruindo tudo no seu caminho, baixando o patamar de uma nação que estava no zero, para menos um.



Godzilla: Minus One é a soma de todos os acertos que um filme poderia ter: direção precisa, roteiro fluido, personagens e história cativantes e efeitos visuais ótimos. Com orçamento de cerca de 15 milhões de dólares, a Toho Studios faz milagre ao entregar uma qualidade muito alta, levantando a discussão sobre a necessidade do altíssimo investimento que se faz em produções hollywoodianas, a grande maioria com qualidade inferior ao que deveria ser. Além de assinar a direção e o roteiro, Yamazaki também supervisionou os efeitos visuais, área que domina há décadas.


Como todo filme da franquia da Toho, Minus One é carregado de alegorias e críticas, sobretudo ao Japão, a forma como lidou com o pós-guerra, as alianças feitas nas décadas seguintes, a forma como tratou seu povo neste período e como vem tratando o meio ambiente. Diferente de seu extremo oposto Shin Godzilla (2016), que tinha um viés armamentista e científico, aqui o diretor resgata o sentimento de união do povo em prol de um bem maior, semelhante ao que foi visto no clássico dos anos cinquenta. Abandonados pelo governo resta á comunidade científica, civil e pescadores elaborarem um audacioso plano para conter o kaiju.



O 37° filme da franquia chegou para não ser só mais um ou celebrar o aniversário de sete décadas do monstrão. Como dito anteriormente, todos os aspectos analisados fazem de Godzilla: Minus One o mais significativo desde o clássico, se equiparando e, dependendo do grau de familiaridade, até superando-o. uma verdadeira aula de cinema a Hollywood.


★★★★★ 5/5

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