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Crítica de O Brutalista

  • mindinmaia
  • 1 de fev.
  • 3 min de leitura

Atualizado: 16 de fev.


Dirigido por Brady Corbet, O Brutalista tem como objetivo explorar temas como arte, sacrifício e genialidade, mostrando ao espectador o preço a ser pago na criação de algo grandioso.



A trama se passa após a devastação na Europa causada pela Segunda Guerra Mundial e pelo nazismo. Lászlo Toth (Adrien Brody), um arquiteto húngaro e judeu, busca nos Estados Unidos uma forma de recomeçar sua vida em meio a inúmeras dificuldades. Desde o momento de sua partida até sua chegada à América, ele enfrenta desafios e preconceitos, até que recebe uma oportunidade do milionário Harrison (Guy Pearce), que reconhece seu talento.



O filme trabalha bem a questão de ser um estrangeiro em um país novo, cercado por pessoas e costumes diferentes. Lászlo Toth, constantemente demonstra um sentimento de descontentamento com sua nova realidade. Ele não se sente bem-vindo, seja por sua origem ou por sua religião. Esse sentimento se intensifica quando menciona a vinda de sua esposa, Erzsébet Toth (Felicity Jones), evidenciando ainda mais sua condição de estrangeiro em um ambiente hostil.



A fotografia é um dos pontos altos da obra. O filme explora a grandiosidade dos cenários e a beleza da arquitetura com riqueza de detalhes, mesmo durante diálogos. Esse cuidado permite que o espectador aprecie cada cena, seja em planos grandiosos ou em ambientes mais intimistas, como uma biblioteca.



Brady Corbet utiliza com maestria a paleta de cores para reforçar a atmosfera da história. No início, tons mais frios transmitem um ar de preocupação e infelicidade, enquanto, conforme a narrativa avança, cores mais quentes representam conquistas e momentos de alívio. Essa variação contribui para a construção emocional do filme e deixando nítida sua inspiração no movimento arquitetônico brutalista dos anos 1950 para compor sua narrativa, conectando a experiência dos imigrantes à luta dos artistas por reconhecimento. Ao apresentar, um arquiteto húngaro-judeu sobrevivente do Holocausto, que ao tentar construir um monumento em um país que o rejeita.



Corbet baseou o personagem em figuras reais do brutalismo, como Marcel Breuer, Louis Kahn e Mies van der Rohe, arquitetos judeus que emigraram antes da Segunda Guerra Mundial. Além disso, o diretor explorou as ideias da Bauhaus e o impacto da psicologia do pós-guerra na arquitetura, destacando como estruturas brutalistas eram frequentemente mal compreendidas e rejeitadas, assim como imigrantes em novas sociedades.


No entanto, mesmo com uma fotografia deslumbrante e um elenco de peso, O Brutalista tem dificuldade em estabelecer uma conexão emocional com o espectador. Os personagens carecem de carisma e são, em sua maioria, egoístas e orgulhosos, o que torna difícil a criação de empatia por suas jornadas. Além disso, alguns são mal desenvolvidos, enfraquecendo o impacto emocional da trama.



Outro ponto que pode gerar questionamentos entre os telespectadores é a duração do longa. Com três horas e meia, o filme pode se tornar cansativo, especialmente devido ao seu ritmo narrativo. Embora envolvente na primeira parte, a história perde força ao longo do tempo, o que pode ser um problema para quem assiste no cinema. Para amenizar essa questão, a Universal Pictures incluiu um intervalo de 15 minutos entre o primeiro e o segundo ato em sua exibição no cinema, com um relógio cronometrando o tempo até o reinício da projeção. Já no epílogo, os acontecimentos parecem apressados, deixando algumas pontas soltas. Se parte do tempo dedicado às cenas contemplativas tivesse sido utilizado para desenvolver melhor esses desfechos, a narrativa poderia ter sido mais bem amarrada.



É importante destacar que o filme contém cenas de nudez e abuso sexual, o que pode ser perturbador para espectadores mais sensíveis.

No geral, O Brutalista é uma obra que exala paixão pela arquitetura e valoriza cada detalhe visualmente. A mensagem final é interessante e há uma boa dose de drama. No entanto, a falta de personagens cativantes e a longa duração prejudicam a experiência, tornando o filme menos envolvente do que poderia ser, mesmo contando com um elenco talentoso.


★★★★☆ 4/5


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